Conteúdos

2ª Guerra Mundial 

Objetivos

  • Refletir sobre as guerras e os processos de pacificação;
  • Refletir sobre a importância da memória social e a construção das identidades;
  • Discutir as relações familiares inter-geracionais: relação pais-filhos; avós-netos; avós-pais;
  • Estudar o Japão e a cultura japonesa: memória da guerra, economia, relação com os EUA, comida, vestuário, tradições, religião;
  • Compreender as pesquisas sobre energia nuclear e seus usos políticos;

1ª Etapa: Início de Conversa

A obra é profunda e, ao mesmo tempo, bastante didática, perfeitamente compreensível para as séries do Ensino Fundamental II e Ensino Médio. Embora o filme trate dos horrores da guerra, a abordagem é amena, pois trata da descoberta dessa memória social pelos netos de Kane (a protagonista, cujo marido morreu no dia da bomba). 

 

É interessante fazer uma introdução junto aos alunos sobre a II Guerra Mundial, as alianças políticas, a rendição do Japão e a posição dos EUA. As informações podem ser introduzidas a partir de perguntas sobre o que os alunos sabem sobre as bombas nucleares jogadas no Japão e sobre a cultura japonesa. Os links sugeridos no Para saber Mais e o Material de Apoio podem ajudar a preparar esta conversa

 

Por muito tempo, o discurso norte-americano enfatizava que as bombas atômicas jogadas no Japão foram necessárias para que a II Guerra acabasse. Tempos depois, alguns documentos mostraram que já estava certa a rendição do Japão e que as bombas, na verdade, serviram como demonstração do poderio militar dos EUA ao mundo todo. Uma bomba nuclear foi jogada em Hiroshima, em 06/08/1945 e a outra em Nagasaki, em 09/08/1945. Ambas as cidades eram centros industriais importantes do Japão e os alvos foram escolhidos para destruir a economia japonesa. Após a guerra, o Japão e os EUA tornaram-se aliados comerciais. 

 

O filme se passa em 1990, na cidade de Nagasaki, quando está sendo preparada uma celebração de homenagem aos mortos, após 45 anos da bomba. 

 

2ª Etapa: Exibição do Filme

 O filme tem 97 minutos de duração e o ideal é que seja exibido de uma única vez.

3ª Etapa: Debate

Se possível, o debate deve ocorrer em seguida à exibição. Abaixo há algumas sugestões de perguntas para estimular o debate. Caso não haja tempo para isso, essas perguntas podem ser anotadas, para um debate posterior. 

O que teria acontecido à avó? O que eles acham que significa a cena final? (não há uma conclusão, ela pode ter muitos significados). 

Embora haja muito amor entre avó e netos e eles tenham alcançado uma convivência muito boa, há diferenças geracionais importantes, quais seriam? (roupas, alimentação, linguagem, rituais religiosos, etc). 

Como podemos identificar a cultura norte-americana no cotidiano dos filhos e netos de Kane? 

O que se pode dizer de cada geração retratada no filme (a avó e sua amiga, os pais e Clark, os netos de Kane)? 

O que pode significar o conserto do órgão do avô que estava desafinado no início do filme?

 

4ª Etapa: Língua Portuguesa e Arte – Rosa de Hiroshima

Relatos de pessoas que assistiram à tragédia diziam que a explosão se parecia com uma rosa, outros com um cogumelo. A personagem Kane, no filme, fala que viu um grande olho e que seu irmão ficou obcecado por essa imagem. No momento da cerimônia em homenagem aos mortos, o menino e Clark observam as formigas que vão até uma linda rosa vermelha (também citada na canção popular cantada no filme). 

Sugerimos a leitura e análise do poema de Vinícius de Moraes “Rosa de Hiroshima”, primeiramente como poema e não como canção.

 

Além das figuras de linguagem (aliteração, metáfora, anáfora, comparação), é interessante discutir o porquê da comparação da bomba com uma rosa. 

 

Na canção se fala de rosa radioativa e há referências no filme de que Kane ficou careca (assim como seu irmão) em consequência da radioatividade da bomba. O mesmo pode se analisar sobre a “rosa hereditária”. 

 

Depois da análise do poema relacionado ao filme, o (a) professor (a) de Arte ou Língua Portuguesa, pode trabalhar a canção (música de Gerson Conrad, interpretada por Ney Matogrosso), a partir de áudio ou vídeo. 

 

A canção traz uma harmonia relativamente fácil para ser executada por alguém na classe (professor ou aluno), ou mesmo na flauta doce. 

 

5ª Etapa: Ciências Humanas - II Guerra Mundial – Japão X EUA

Um filme de ficção sobre a guerra muitas vezes é mais potente para falar de uma tragédia como a guerra, porque mostra a dimensão de uma família, porque traz relatos sobre as sequelas (desde as físicas até os traumas psicológicos). Quando a personagem Kane diz que os culpados não são os americanos, mas a guerra (que ainda não acabou) é porque ela (como a voz do diretor do filme) não isenta o Japão de também ter causado muito sofrimento. Estudar as relações entre as alianças na II Guerra Mundial evidencia os interesses econômicos de cada governo. O fim da segunda-guerra inicia o período chamado Guerra Fria (com dois polos como super potências: EUA e URSS, inclusive na corrida nuclear). 

 

Nas aulas de Ciências Humanas, o filme pode ser relacionado aos acontecimentos da II Guerra Mundial (antes e depois de 1945) e às especificidades das duas nações abordadas no filme: Japão e Estados Unidos. 

 

As disciplinas de Ciências Humanas (História, Geografia, Filosofia, Sociologia) podem, de preferência interdisciplinarmente, estudar:

a história da guerra; as razões e o pacifismo;

a localização geográfica e a situação econômica de cada país (no caso, o Japão altamente industrializado); 

os efeitos psicológicos e culturais de um povo que vive uma tragédia de guerra; 

a memória social que deve ser cultivada, para evitar que novas guerras ocorram; como os países que passaram por tragédias assim relembram esses acontecimentos?

a filosofia oriental (especialmente a cultura budista, que aparece no filme);

a culinária japonesa (que hoje está na moda nos grandes centros urbanos brasileiros) revela uma cultura milenar (os netos estranham a comida feita pela avó). 

As relações entre EUA e Japão (ora inimigos, ora aliados);

As ondas de imigração do povo japonês para o Brasil, especialmente em algumas regiões: suas influências, a adaptação e a miscigenação. Os alunos de ascendência japonesa podem trazer suas histórias familiares;

Uma pergunta pode ser lançada: quando um país entra em guerra com outro, é o povo que deve ser responsabilizado? A generalização é sempre negativa e auxilia na construção de estereótipos e de intolerância. Um exemplo brasileiro: a guerra do Paraguai, fez com que os soldados brasileiros dizimassem o povo e a economia paraguaia. É justo que eles culpem os brasileiros por seu atraso econômico? No entanto, as consequências desastrosas dessa guerra permanecem até hoje com eles. Será que o povo americano é culpado pelas bombas atômicas? O povo alemão culpado pelo nazismo? O filme nos faz pensar sobre isso. 

 

6ª Etapa: Ciências da Natureza - Física

O filme traz a oportunidade de se falar de energia nuclear, seu desenvolvimento, radioatividade, utilizações positivas e negativas da ciência (verificar material de apoio); 

Materiais Relacionados

Um bom artigo de crítica a esse filme encontra-se no seguinte link: http://www.espacoacademico.com.br/051/51yamauti.htm
Sobre a história do desenvolvimento das bombas nucleares, desde Einstein, e o ataque a Hiroshima e Nagasaki em 1945, podem ser consultados os seguintes links: 
O termo “rapsódia” é usado principalmente em música e significa uma compilação de canções populares, como se elas fossem “costuradas” em uma única história. No filme, a canção popular japonesa entoada pelos netos de Kane criam uma espécie de moldura ao filme. É possível saber mais sobre o conceito de rapsódia no link: http://www.edtl.com.pt/index.php?option=com_mtree&task=viewlink&link_id=1534
O poema de Vinícius de Moraes denominado Rosa de Hiroshima foi musicado por Gerson Conrad, integrante do conjunto Secos e Molhados que fez muito sucesso nos anos de 1973 e 1974. Essa música, interpretada por Ney Matogrosso (o vocalista do conjuntos)  foi uma das mais executadas nas rádios brasileiras em 1973. O vídeo da época pode ser visto neste link:

 

Arquivos anexados

  1. Cinema e Educação: Rapsódia em Agosto

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