Conteúdos

Ditadura Militar;

Memória Social e Memória subjetiva;

Ditaduras na América Latina, nos anos 1960 a 1980;

Músicas do período

Objetivos

Refletir sobre o período da Ditadura Militar e suas consequências até a atualidade;

Pensar a construção do discurso da História como construção da memória;

Refletir sobre a história das ditaduras latino-americanas e sua conexão com a brasileira;

Refletir sobre o sentido da Declaração Universal dos Direitos Humanos e seu cumprimento;

Conhecer músicas brasileiras da década de 1960 a 1980, que compõe a trilha sonora do filme;

 

 

1ª Etapa: Exibição do filme “15 Filhos”

O filme, de menos de 20 minutos, pode ser exibido mais de uma vez, se possível. Na introdução da primeira exibição, pode ser dito apenas que se trata de um filme com depoimentos de filhos de presos políticos no período da ditadura militar, sendo que as diretoras são também depoentes.

2ª Etapa: Debate

O filme pode mobilizar alguns alunos, enquanto outros podem recebê-lo friamente, dependendo do repertório cultural de cada um. O filme traz poucos dados objetivos, tem um formato propositadamente fragmentado e tem um caráter subjetivo, apresentando a memória pessoal de cada depoente. 

Dependendo do conhecimento dos alunos sobre a ditadura militar, podem surgir muitas dúvidas, como: “por que os próprios filhos não sabiam os nomes dos pais?”, “por que Marta Nerhing, quando vê seu pai no elevador, não podia falar com ele?” “por que Vladimir não podia dizer que conhecia sua tia?”; “porque eles tinham que viver na clandestinidade?”. O (a) professor (a) deve explicar as táticas de segurança, usadas pelos militantes políticos para, em caso de prisão, poderem proteger suas famílias.  

Uma boa forma de se começar a conversa é exibir novamente o diálogo apresentado no início do filme:

Oficial do Exército: – “Qual é sua profissão?”

Advogado: – “advogado”

Oficial do Exército: – Conhece a Declaração Universal dos Diretos Humanos?

Advogado: – ”Conheço, Capitão”

Oficial do Exército: –  “Então, esqueça-a, enquanto estiver aqui”

O (a) professor (a) pode perguntar quem sabe o que ocorreu após o golpe de 64, em relação ao respeito aos direitos humanos dos cidadão brasileiros. Essa situação pode ser trazida para os dias de hoje, inclusive levantando casos recentes de inconstitucionalidade na prisão de jovens pobres e negros (quase sempre negros) e a importância do direito de todas as pessoas serem assistidas por um advogado. Independente de uma pessoa ter ou não cometido um crime, ela tem direito à defesa, à assistência jurídica e ao respeito aos direitos humanos; Qual a diferença de um preso comum e de um preso político?

 

3ª Etapa: Ciências Humanas – História

A História é uma narrativa construída de acordo com o discurso de quem a conta. O mais comum é que se entenda que a História “verdadeira” é a história contada nos livros didáticos. Sem dúvida, os livros didáticos e textos acadêmicos são resultantes de pesquisas sérias, que constataram muitos dados históricos reais, porém, a forma como eles são organizados e selecionados nos dá sempre uma história parcial. No documentário 15 filhos, podemos acompanhar uma história pessoal de cada um dos depoentes que construiu uma história subjetiva, absolutamente pessoal, a partir das suas lembranças. Elas são também parciais, mas nunca se pode dizer que não são verdadeiras. Um bom exercício para se compreender como as memórias constroem um discurso ambivalente é pedir aos alunos que reúnam as suas lembranças de um acontecimento importante de quando eles eram crianças. Por exemplo, a posse do Presidente Luís Inácio Lula da Silva (janeiro de 2003) ou o Tsunami na Tailândia (dezembro de 2004). Dependendo da idade dos alunos, o (a) professor (a) pode escolher um acontecimento impactante no período em que eles tinham entre 5 e 7 anos. Eles devem escrever suas lembranças (soltas, esparsas) e a classe toda irá comparar com o que a “história oficial” (que pode ser, nesse caso, a wikipedia) narra sobre o episódio. Provavelmente, muitas informações coincidirão, porém as memórias pessoais trarão elementos diferentes, e nem por isso serão mentirosas. 

4ª Etapa: História e Arte

A música “tema” do documentário, citada pelo único depoente cujo nome não é citado, no início do filme é Aos Nossos Filhos, composição de Ivan Lins e Vítor Martins, interpretada por Elis Regina. A canção é a fala de alguém da geração que viveu o período da Ditadura Militar e agora se dirige à geração dos que herdaram esse país e possivelmente não sabem como era aquele período histórico. A música pede perdão por deixar um país com tantos problemas e justifica: “os dias eram assim”. Os (as) professores de História e Arte podem fazer um trabalho conjunto de análise e/ou execução da música, pensando os problemas do Brasil atuais, relacionando-os à música (por exemplo, as questões ambientais e o silêncio em relação ao nosso passado histórico). 

Materiais Relacionados

 

  • O vídeo 15 filhos, de aproximadamente 18 minutos, está disponível no youtube no link: http://www.youtube.com/watch?v=u-Lwh9u7ojI&feature=player_embedded
  • Sobre a Comissão Nacional da Verdade (CNV) instalada no país em maio de 2012, é possível explorar o site oficial e acompanhar as investigações, no seguinte link: http://www.cnv.gov.br/
  • Muitas são as matérias jornalísticas e acadêmicas que estão sendo divulgadas sobre os 50 anos do Golpe civil-militar de 1964. No Portal Net Educação, há vários links sobre o tema. É interessante que o (a) professor (a) tire suas dúvidas sobre esse conturbado período, para se sentir mais seguro para discutir com seus alunos. 

 

 

Arquivos anexados

  1. Cinema e Educação – 15 filhos
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