Conteúdos
Escrita
Objetivos
Compartilhar suas brincadeiras preferidas.
Comparar brincadeiras antigas com brincadeiras atuais.
Escrever, de acordo com sua hipótese de escrita, listas de palavras refletindo sobre o sistema de escrita.
Ler, utilizando diferentes estratégias, palavras em lista, a fim de coletar informações.
Links para os conteúdos sugeridos neste plano estão disponíveis na aba Saiba Mais.
1ª Etapa: Início de Conversa
O brincar é a linguagem da criança. Dessa forma, é tema de grande interesse para meninos e meninas de todas as idades. Partindo dessa premissa, uma excelente maneira para auxiliar alunos em fase de alfabetização a pensar sobre o sistema de escrita e fazerem tentativas de leitura utilizando suas hipóteses e estratégias, é usar o tema brincadeiras em sala de aula.
Contudo, o tema e as atividades não podem estar descontextualizados do cotidiano dos alunos, pois ler e escrever não são uma tarefa meramente escolar. De acordo com Delia Lerner (2002), é papel do professor “gerar condições didáticas que permitam pôr em cena – apesar das dificuldades e contando com elas – uma versão escolar da leitura e da escrita mais próxima da versão social (não escolar) dessas práticas”. Só assim, nossos alunos se sentirão motivados e desafiados a escrever antes de o fazerem convencionalmente e ler sem que ainda o saibam fazer no sentido convencional do termo.
2ª Etapa: Apresentação da proposta
Comece a aula conversando com os alunos sobre quais são as brincadeiras preferidas deles. Que brincadeiras fazem quando estão reunidos com seus amigos. É importante dizer a eles que, neste caso, gostaria de saber somente as brincadeiras coletivas que fazem quando estão reunidos com dois amigos ou mais e não de jogos ou brinquedos eletrônicos.
Pergunte aos alunos com quem costumam brincar desse tipo de brincadeira e com quem aprenderam as regras. Algumas vezes, é observável nesta pergunta que os alunos digam que aprenderam e fazem estas brincadeiras somente na escola. Por isso, o professor pode ler com eles duas matérias publicadas no jornal Estadinho (Links 1 e 2) do “Para organizar seu trabalho e saber mais”. Assim, ao escutarem a leitura, as crianças poderão descobrir que estas brincadeiras também eram feitas por seus pais.
Organize a leitura em roda, se estiver com o jornal em mãos, para que os alunos possam ver as ilustrações e observar como os textos estão organizados neste portador. É importante apresentar a estrutura do jornal aos alunos antes de iniciar a leitura, identificando título da seção e da matéria, manchete, número da página e o que mais achar importante compartilhar com os alunos. Caso escolha fazer a leitura diretamente do blog do jornal, utilize um data show ou uma lousa digital, para que os alunos possam acompanhar a leitura e ter acesso às mesmas informações que teriam se a leitura fosse feita com o portador original.
3ª Etapa: Escrita de listas de brincadeiras
Depois da conversa inicial e da leitura do jornal, proponha aos alunos que, em duplas, escrevam uma lista com o nome de aproximadamente 5 brincadeiras que surgiram na discussão coletiva. Diga que esta lista será utilizada posteriormente para entrevistarem funcionários da escola com o objetivo de diferenciarem brincadeiras do tempo dos pais, das brincadeiras atuais.
Para a proposta de escrita de listas é importante que o professor realize os agrupamentos, neste caso, duplas, partindo da hipótese de escrita de seus alunos. Para saber mais sobre hipóteses de escrita, consulte o texto publicado na revista Nova Escola no item “Para organizar seu trabalho e saber mais”. Com os alunos agrupados de acordo com hipóteses de escrita próximas, proponha aos alunos que escrevam espontaneamente e usando letras móveis a lista de palavras.
Durante o momento de escrita o professor poderá circular pelas duplas e ajudar os alunos. Uma boa intervenção em caso de escrita espontânea é auxiliando os alunos que ainda não escrevem alfabeticamente a recorrerem a palavras conhecidas como nomes dos alunos da sala e/ou palavras da rotina. Por exemplo: Se uma dupla de alunos escreve a palavra “adoleta” da seguinte forma AOEA, o professor pode ajudá-los relacionando a escrita de “adoleta” com a escrita de palavras conhecidas como “o do da palavra adoleta é igual ao do de Dominique” ou “Para fazer o le de adoleta vocês podem observar o nome do Leandro”. Já para casos em que os alunos escrevem, por exemplo, “esconde-esconde” da seguinte forma SECODE-SECODE o professor pode solicitar que façam a leitura da palavra produzida ou ele mesmo faz a leitura mostrando que ouve uma troca das letras no momento da escrita.
É extremamente importante que durante a escrita espontânea dos alunos, o professor não os abandone achando que, por ser uma escrita deles, ele não poderá auxiliá-los a avançar e não faça questionamentos do tipo “que letra está faltando?” ou pedindo que ouçam a sílaba que precisam escrever para encontrar as letras que deverá usar.
4ª Etapa: Socialização da escrita dos alunos: Confecção da lista final
Após os alunos produzirem em duplas espontaneamente a lista de brincadeiras, informe a eles que precisam escrever uma única lista para lerem para os funcionários da escola. Esta lista final será produzida coletivamente partindo das elaboradas nas duplas.
Neste momento, solicite que um aluno faça a escrita da primeira palavra na lousa, é interessante que a primeira escrita seja feita por um aluno que apresenta hipótese silábica com valor sonoro convencional das letras, por exemplo, para escrever “Amarelinha” ele faria da seguinte forma AAEIA ou AMEIA. Este tipo de escrita pode trazer boas discussões, pois o professor pergunta aos alunos se a palavra “Amarelinha” já está boa e os alunos vão ajudando a melhorá-la e assim, coletivamente, podem chegar a uma escrita alfabética. Uma dica importante é que o professor peça aos alunos que ao escreverem como deveria ser a palavra final não apaguem a produção dos alunos anteriores a ele, pois só assim será possível confrontar as escritas e observar o que mudou.
5ª Etapa: Coleta de dados: Leitura pelo aluno
Com a lista final pronta, os alunos ainda agrupados em duplas, devem ser convidados a perguntar para os funcionários da escola quais brincadeiras da lista eles brincavam quando eram crianças. Neste momento, entregue para cada dupla uma prancheta e uma lista de brincadeiras com espaços para que anotem as respostas dos entrevistados. Como eles farão as entrevistas sozinhos, é importante facilitar a tabela de respostas, apresente um modelo de tabela para que as crianças só precisem pintar os quadradinhos das brincadeiras conhecidas.
Esta atividade proporciona aos alunos enorme desafio, pois eles terão a oportunidade de ler por si mesmos e não poderão se apoiar em imagens, como ao fazerem tentativas de leitura com livros ou gibis, assim terão que considerar características dos textos em si, buscando nele indícios que lhes permitam antecipar e verificar o que está escrito. Como os alunos já conhecem o que pode estar escrito ali, ficará mais fácil que não tentem decifrar as escritas e sim, façam aproximações do significado das palavras. Para isso, o professor pode dizer antes da entrevista começar quais brincadeiras foram escritas ali, lembrando que não deve ler a lista apenas relembrar com o grupo as brincadeiras que foram selecionadas por eles para compor a listagem final. Também é importante que os funcionários da escola saibam o que as crianças farão para que ninguém leia a lista por eles.
6ª Etapa: Conclusão final da coleta de dados
Após a finalização da pesquisa, confeccione junto com os alunos um gráfico para visualizar melhor quais são as brincadeiras mais conhecidas pelos adultos e quais eles não conhecem, assim vocês poderão verificar as brincadeiras mais antigas e as que fazem parte apenas da geração atual. Este gráfico poderá ficar exposto na sala para futuras consultas.
Materiais Relacionados
1. Leia a matéria especial “Do tempo de seus pais” no blog do jornal “Estadão” acessando o link abaixo. Neste link você também poderá acessar as páginas com as descrições das brincadeiras publicados no jornal http://blogs.estadao.com.br/estadinho/2012/03/23/especial-do-estadinho/
2. Leia a matéria “Almanaque de Férias” no blog do jornal “Estadão” acessando o link http://blogs.estadao.com.br/estadinho/2011/12/03/almanaque-do-estadinho/
As matérias falam sobre as brincadeiras antigas para que as crianças de hoje em dia conheçam do que os pais brincavam quando criança. O texto é bem bacana para ler com os alunos, além de ser ótimo levar o jornal para sala de aula.
3. Para saber mais sobre as hipóteses de escrita das crianças acesse a matéria produzida pela revista Nova Escola acessando o link http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/alfabetizacao-inicial/conhecer-nova-turma-431205.shtml
4. Leia o livro:
Lerner, Delia. Ler e escrever o real, o possível e o necessário. Artmed. São Paulo, SP, 2002.