Conteúdos

História do Futebol no Brasil.

Prática Sociocultural.

Mídia esportiva e das celebridades: Leitura Crítica.

Documentário e Ficção.

 

Objetivos

Refletir sobre a história do futebol no Brasil, como prática sociocultural, e relacioná-la com a história cotidiana dos alunos e de todos os brasileiros.

Ler criticamente a mídia esportiva e da mídia das celebridades.

Refletir sobre as diferenças entre documentário e ficção.

 

1ª Etapa: Pesquisa familiar

Pesquisa prévia a partir de entrevistas com familiares (avós, tios, pais) sobre a copa do mundo realizada no Brasil em 1950.

2ª Etapa: Pesquisa histórica

Pesquisa prévia em enciclopédias e internet sobre a história das copas, com maior ênfase para a copa de 1950.

3ª Etapa: Atividade comparativa

Comparação entre as narrativas oficiais e as memórias afetivas dos familiares entrevistados.

4ª Etapa: Antes da exibição

Antes do início do filme, o professor deve fazer um resumo das informações coletadas sobre a copa de 1950 e as lembranças familiares. Em seguida, o professor situa a produção do filme (Porto Alegre, 1988) e, caso as alunos ainda não tenham trazido essa informação, explica que o título da obra se deve ao goleiro Moacir Barbosa Nascimento (nascido em Campinas/SP, em 1921 e falecido em Santos/SP, em 2000). Além de goleiro da seleção brasileira, jogou também em muitos times, com destaque para o Vasco, do RJ. O professor pode também falar da filmografia dos diretores Jorge Furtado e Ana Luíza Azevedo.

 

5ª Etapa: Debate

O assunto é empolgante e certamente despertará intervenções apaixonadas. É preciso tempo para que todos falem com tranquilidade (inclusive as meninas, pois certamente o assunto empolgará mais os meninos). Todas as temáticas possíveis elencadas podem ser consideradas, de acordo com a idade e momento escolar dos alunos. O primeiro passo é abrir para as intervenções, enquanto o professor anota as ideias principais em um quadro visível a todos. É importante que professor sintetize as ideias principais ao final do debate, retomando os pontos falados. Dependendo da abordagem escolhida no planejamento (que pode ser interdisciplinar ou não) o professor pode conduzir o debate para que os discursos dos próprios alunos colaborem para as atividades que ainda serão realizadas. Por exemplo, se uma das abordagens escolhidas for a discussão do sentimento de unidade latino-americana, o professor pode provocar para que a discussão caminhe por esse lado. Esse direcionamento é saudável, desde que permita que todos se expressem e não exclua outras possibilidades.

6ª Etapa: Atividade e complemento

Produção de textos e trabalhos com imagem (dependendo das disciplinas e faixas etárias envolvidas).A produção de um blog também pode ser interessante para o tema.

Materiais Relacionados

Ler o trecho do texto do autor Hilário Franco Jr. (veja no final do plano);

 

Assistir ao filme O Dia em Que meus Pais Saíram de Férias, dirigido por Cao Hamburger.

 

Ouvir a Cancion por la unidad de latino america, com Chico Buarque de Hollanda e Milton Nascimento: http://www.youtube.com/watch?v=7R4UKExNVv4 e a canção Los Hermanos de Atahualpa Yupanqui, interpretada por Elis Regina, em 1976: http://www.youtube.com/watch?v=vMXHKXbQrKU

 

Ler:

Excerto: Síntese do Brasil desigual e combinado: 

 

Em maio de 1958, o jornalista Nelson Rodrigues publicava uma de suas mais conhecidas crônicas esportivas, na qual se referia ao "complexo de vira-latas" dos brasileiros. Na opinião do polêmico escritor, o Brasil dividia-se entre o "pessimismo mais obtuso e a esperança mais frenética". A dor de 1950 mantinha-se viva. Nosso sentimento de inferioridade diante dos estrangeiros era forte em todos os setores, mas principalmente no futebol. Não faltavam craques, o que atrapalhava era a inibição e a falta de confiança. Dias antes, seu irmão Mário Filho também escrevera na imprensa a respeito das chances brasileiras nos gramados da Suíça, procurando retirar o peso da responsabilidade pelas glórias nacionais dos ombros dos jogadores. E tentava demonstrar que eles eram simples mortais, sujeitos a falhas e derrotas. O sucesso da seleção dependeria da nação, e o sucesso da nação não dependeria apenas dos seus jogadores. 

 

As vitórias de 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002, bem como as derrotas nos demais Mundiais (sobretudo de 1950, 1978, 1982, 1998 e 2006), comprovaram aquele diagnóstico. O fato de o Brasil ser um país "desigual e combinado", na expressão de José de Souza Martins, manifesta-se no futebol na esquizofrenia abatimento/euforia, idolatria/perseguição, que marca as relações entre a seleção e a população (e também os clubes e suas torcidas), revelando que no fundo projetamos nossas aspirações coletivas mais nos campos de futebol que nos campos sociais. Como o nacionalismo brasileiro sempre calçou chuteiras, a hesitação entre o improviso e o planejamento é mais do que uma simples característica do futebol nacional. Ela reflete a feição instável das relações entre os cidadãos e o Estado, relações que transitam com facilidade de um lado para outro das frágeis fronteiras que delimitam o espaço privado e o espaço público em nosso país. Gostar de levar vantagem em tudo, que se tornou o slogan de uma propaganda de cigarros protagonizada pelo meio-campista Gérson após a Copa de 1970, expressa muito bem as características da sociedade brasileira. 

(FRANCO JÚNIOR, H. A dança dos deuses: futebol, cultura, sociedade. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 129-130).

 

Arquivos anexados

  1. Barbosa
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