Conteúdos
Neste roteiro, você vai descobrir como a linguagem pode ser usada para intensificar ideias, suavizar mensagens ou substituir palavras de maneira criativa. Vamos estudar três figuras de linguagem que aparecem com frequência em textos literários, publicitários e até em nossas conversas diárias: metonímia, hipérbole e eufemismo.
Esses recursos ajudam os autores a expressar sentimentos, opiniões e intenções de modo mais sutil, exagerado ou simbólico, influenciando a forma como o leitor compreende a mensagem. Ao longo do estudo, você aprenderá a reconhecer essas figuras, entender seus efeitos de sentido e poder utilizá-las em suas próprias produções textuais.
Objetivos
- Identificar e compreender o uso de metonímia, hipérbole e eufemismo em diferentes textos.
- Analisar os efeitos de sentido produzidos por essas figuras de linguagem.
- Reconhecer intenções comunicativas ligadas à intensificação, substituição ou suavização de ideias.
Conteúdos / Objetos do conhecimento:
- Linguagem figurada e literal.
- Figuras de linguagem: metonímia, hipérbole e eufemismo.
- Efeitos de sentido das figuras de linguagem nos textos.
Palavras-chave:
Figuras de linguagem. Linguagem literal e figurada. Metonímia. Hipérbole. Eufemismo.
1ª Etapa: Explorando alguns exemplos
Leia os exemplos a seguir e observe as diferenças de sentido:
1) “Li Machado de Assis nas férias.”
2) “Estou morrendo de fome!”
3) “O avô dela virou uma estrelinha.”
Agora, pense:
- O que cada expressão quer dizer?
- Há exagero, suavização ou substituição de uma palavra por outra?
- Que efeito essas escolhas produzem no texto?
Vamos às respostas:
- No 1º exemplo, ocorre metonímia, pois o autor foi mencionado em lugar de sua obra.
- No 2º exemplo, há hipérbole, um exagero para expressar muita fome.
- No 3º, temos um eufemismo, usado para suavizar a ideia de morte.
Vamos entender melhor cada uma delas, o que significam e como atuam nos textos.
2ª Etapa: Figuras de linguagem: metonímia, hipérbole e eufemismo
- Metonímia: quando uma palavra representa outra
A metonímia ocorre quando usamos uma palavra no lugar de outra que tem com ela uma relação de proximidade ou associação de sentido.
Não é uma troca aleatória: existe sempre uma ligação lógica ou simbólica entre os dois termos.
Exemplos comuns:
- “Gosto de ler Machado de Assis.”
(Aqui, “Machado de Assis” representa as obras do autor.) - “O Brasil venceu o jogo.”
(O país representa a seleção brasileira.) - “Ele vive do seu suor.”
(O suor representa o trabalho.) - “Comi dois pratos no almoço.”
(“Prato” é empregado no lugar de “comida”. A substituição do conteúdo pelo recipienteé característica da metonímia).
A metonímia é muito usada em notícias, propagandas e falas cotidianas, pois deixa a linguagem mais dinâmica e natural, além de dar ênfase à ideia principal.
- Hipérbole: quando o exagero dá força à ideia
A hipérbole é o uso do exagero intencional para expressar intensidade, emoção ou impacto.
Não se trata de mentir, mas de realçar uma ideia para que ela chame mais atenção ou revele o estado emocional de quem fala.
Exemplos:
- “Estou morrendo de fome!”
- “Esperei por você uma eternidade.”
- “Ela é a melhor aluna do universo!”
A hipérbole é muito comum em propagandas, poesias e conversas informais. Ao usar o exagero, o autor intensifica sentimentos (como alegria, raiva ou amor) e faz o leitor perceber a emoção envolvida na mensagem.
- Eufemismo: quando suavizar é um gesto de cuidado
O eufemismo é o uso de palavras mais suaves para substituir expressões duras, ofensivas ou desagradáveis. É uma figura de linguagem usada para tornar um conteúdo forte menos agressivo.
Essa figura é muito usada quando queremos tratar assuntos delicados com respeito, sensibilidade ou gentileza, atenuando o sentido desagradável de uma palavra ou expressão, substituindo-a por outra, capaz de suavizar seu significado.
Exemplos:
- “Ele partiu desta para melhor.” (em vez de “morreu”)
- “Ele está acima do peso.” (em vez de “gordo”)
- “O funcionário foi dispensado.” (em vez de “demitido”)
- “Ele foi convidado a se retirar.” (em vez de “expulso”)
O eufemismo ajuda a amenizar o impacto de certas informações e a preservar a delicadeza nas relações humanas. É um recurso que demonstra empatia e cuidado com o outro.
3ª Etapa: Exercícios
1) Observe a frase: “Rodrigo é um boa-vida, não tem jeito”. O autor usou essa expressão para:
a) Criar um exagero e destacar a emoção, usando hipérbole.
b) Suavizar a ideia de ‘vagabundo’, usando um eufemismo.
c) Fazer uma substituição lógica entre termos, como na metonímia
d) Dar um tom humorístico à frase.
2) Leia a frase: “O cinema brasileiro tem conquistado espaço no exterior.” O termo “cinema brasileiro” é um exemplo de:
a) Metáfora, pois substitui um termo por outro de forma simbólica.
b) Eufemismo, pois suaviza uma ideia desagradável.
c) Metonímia, pois o gênero artístico representa as obras e profissionais do cinema no Brasil
d) Hipérbole, pois há exagero na expressão.
3) Leia o trecho: “Esperei por essa resposta a vida inteira!”. O efeito de sentido criado nessa frase é resultado do uso de:
a) Eufemismo, para suavizar uma informação difícil.
b) Metonímia, porque um termo substitui outro.
c) Hipérbole, porque há exagero para enfatizar a demora da espera.
d) Ironia, porque o autor quer dizer o contrário.
Gabarito:
1 – b) Suavizar o termo ‘vagabundo’ / ‘preguiçoso’.
2 – c) Metonímia
3 – c) Hipérbole
Bons estudos!
Roteiro de estudos elaborado pela Professora Renata Helene Ferreira Campos.
Coordenação Pedagógica: Prof.ª Dr.ª Aline Bitencourt Monge.
Crédito da imagem: Jose Luis Pelaez Inc – Getty Images