Conteúdos

Este roteiro de estudos oferece uma visão ampla sobre o fenômeno das ondas de calor, suas causas, impactos e medidas de prevenção. O material é dividido em três partes, que abordam a definição e a formação das ondas de calor, seus efeitos no ambiente e na sociedade, e as medidas que podem ser tomadas para mitigar seus impactos. Inclui também propostas para fixação do conteúdo. Este material fornece uma boa ideia sobre o papel das mudanças climáticas na intensificação das ondas de calor e a importância da conscientização ambiental para reduzir seus efeitos.

Objetivos

• Entender o que são ondas de calor e suas causas;
• Compreender os impactos das ondas de calor no meio ambiente e na sociedade; e
• Identificar medidas de prevenção e adaptação, em casos de ondas de calor.

Conteúdos / Objetos do conhecimento:

• Definição de ondas de calor;
• Causas e formação de ondas de calor;
• Impactos ambientais, econômicos e sociais; e
• Medidas de prevenção e adaptação

Palavras-chave:

Geografia. Mudanças climáticas. Ondas de calor.

Proposta de trabalho:

Este roteiro de estudos visa fornecer aos alunos um conhecimento sólido sobre as ondas de calor, enfatizando a importância da conscientização sobre mudanças climáticas e suas consequências.

Bons estudos! <3

1ª Etapa: Definição e formação de ondas de calor

As ondas de calor são períodos prolongados de temperaturas extremamente elevadas, que ultrapassam a média histórica de uma região por vários dias consecutivos. Elas são provocadas por fatores atmosféricos, como sistemas de alta pressão, que bloqueiam a entrada de ar frio e permitem o acúmulo de calor. O aumento da frequência e da intensidade das ondas de calor está diretamente relacionado ao aquecimento global e às mudanças climáticas, que amplificam esses eventos extremos.

Em outras palavras, é importante entender que as ondas de calor são condições meteorológicas caracterizadas por um período prolongado de temperaturas anormalmente altas em uma determinada região. Para considerar que uma onda de calor está ocorrendo, as temperaturas devem estar acima da média histórica do local por vários dias consecutivos. Esse aumento de temperatura pode causar desconforto e riscos à saúde, especialmente para grupos vulneráveis, como crianças e idosos.

As ondas de calor se formam devido a uma combinação de fatores atmosféricos, dentre os quais temos:

Sistemas de alta pressão

Durante uma onda de calor, um sistema de alta pressão é instalado em uma região. Esse sistema impede a entrada de massa de ar mais frio, resultando em um bloqueio que faz com que o calor se acumule. Sem a presença de ar frio, as temperaturas continuam a subir.

Insolação intensa

A incidência direta da radiação solar também contribui para o aumento das temperaturas. Durante ondas de calor, os dias são frequentemente ensolarados, o que intensifica o aquecimento do solo e das superfícies urbanas, como estradas e prédios.

Efeito da ilha de calor

Em áreas urbanas, o fenômeno conhecido como “ilha de calor” agrava as ondas de calor. A urbanização, com o uso de materiais como concreto e asfalto, retém mais calor do que áreas rurais, resultando em temperaturas ainda mais elevadas nas cidades.

Mudanças climáticas

A mudança climática global está aumentando a frequência e a intensidade das ondas de calor. O aquecimento da atmosfera devido à emissão de gases de efeito estufa intensifica esses eventos extremos, tornando-os mais comuns e severos.

Por que é importante entender?

Compreender a definição e a formação das ondas de calor é crucial para considerar seus impactos. Essas influências não afetam apenas o conforto humano, tendo também consequências graves para a agricultura, a saúde pública e o meio ambiente. Estarmos cientes desses fatores nos ajuda a nos prepararmos melhor para enfrentá-los e a promovermos medidas de adaptação e mitigação.

Para mais informações sobre ondas de calor e como elas se formam, consulte: Ondas de calor no Brasil  – Inmet

2ª Etapa: Impactos das ondas de calor

Impactos ambientais

Ondas de calor agravam problemas como queimadas e secas, levando à degradação de ecossistemas. Também elevam a temperatura dos oceanos, afetando a vida marinha.
Esse impacto, significativo e crescente, afeta ecossistemas e altera o equilíbrio climático de diversas maneiras.

Secas prolongadas e escassez de água

Ondas de calor vêm, geralmente, acompanhadas de períodos prolongados de seca, o que reduz os níveis de água em rios, lagos e aquíferos. Isso afeta a biodiversidade aquática e terrestre, além de prejudicar a agricultura e a pecuária. A falta de chuvas e o aumento da evaporação também agravam a desertificação em regiões vulneráveis.

Aumento das queimadas

Em ambientes com vegetação seca, as altas temperaturas favorecem o surgimento e a propagação de incêndios florestais. Esses incêndios, por sua vez, liberam em abundância dióxido de carbono, agravando ainda mais o aquecimento global. A destruição de florestas também reduz a capacidade de captura de carbono, acelerando o ciclo de aquecimento.

Alterações nos ecossistemas

Muitas espécies não conseguem se adaptar rapidamente às mudanças bruscas de temperatura. Isso pode resultar em migrações em massa de animais em busca de regiões mais frescas e adequadas para a sua sobrevivência. Em casos mais graves, pode haver extinção local de espécies que não conseguem sobreviver ao calor extremo.

Aquecimento dos oceanos

Ondas de calor afetam diretamente a temperatura dos oceanos, provocando o fenômeno conhecido como “ondas de calor marinhas”. Isso pode resultar no branqueamento de corais, que ocorre quando a água fica quente demais para que eles mantenham sua relação simbiótica com as algas. Esse branqueamento pode levar à morte de recifes inteiros, impactando a biodiversidade marinha.

Redução da produção agrícola

O estresse causado pelo calor extremo pode prejudicar seriamente a produção agrícola, afetando culturas sensíveis à temperatura, como o milho, o trigo e a soja. A escassez de água e o calor reduzem a capacidade das plantas de fotossintetizar, diminuindo as colheitas. Isso impacta a segurança alimentar global, especialmente em regiões já vulneráveis.

Impacto no solo

O calor extremo também afeta a saúde do solo, que perde sua umidade, tornando-se menos fértil. A degradação do solo leva a problemas como erosão, perda de nutrientes e capacidade reduzida de suportar vegetação, prejudicando ainda mais os ecossistemas e a agricultura.

Esses impactos tornam as ondas de calor um dos fenômenos climáticos mais devastadores, contribuindo para a degradação ambiental em escala global e intensificando os efeitos das mudanças climáticas.

Impactos sociais e econômicos

As ondas de calor têm sérios impactos na saúde pública, aumentando os casos de desidratação, insolação e doenças respiratórias, especialmente entre crianças e idosos. Estima-se que mais de 48 mil pessoas morreram no Brasil, entre 2000 e 2018, devido a ondas de calor.

Além disso, afetam a agricultura e a pecuária, gerando perdas econômicas consideráveis. Vamos pontuar alguns dos principais impactos econômicos:

Perdas na agricultura e na pecuária

Ondas de calor afetam diretamente a produtividade agrícola. As altas temperaturas e a falta de água inibem o crescimento das plantas, resultando em colheitas reduzidas ou de baixa qualidade. Culturas como trigo, milho e soja, altamente sensíveis ao calor, sofrem grandes perdas. Na pecuária, o estresse térmico em animais leva à queda na produção de leite, carne e ovos, além de aumentar as taxas de mortalidade. Um exemplo foi o calor extremo que, em 2022, atingiu a Europa, reduzindo significativamente as safras de cereais, forçando a importação e elevando os preços dos alimentos.

Aumento nos custos de energia

Durante ondas de calor, a demanda por eletricidade sobe drasticamente devido ao uso de ar-condicionado e ventiladores, o que sobrecarrega as redes de energia. Em alguns casos, isso pode resultar em apagões. Além disso, o aumento da demanda energética eleva os preços da eletricidade, gerando maiores custos para residências, empresas e governos. Como exemplo dessa questão, é possível mencionar que, nos Estados Unidos, durante ondas de calor, os custos de energia podem subir até 15% em comparação com períodos normais.

Impacto no setor da saúde

Ondas de calor aumentam os gastos do sistema de saúde, devido ao tratamento de problemas relacionados ao calor, como desidratação, insolação e doenças respiratórias. Os grupos mais vulneráveis, como idosos e crianças, são particularmente afetados, o que eleva a pressão sobre hospitais e clínicas. Por exemplo, na Europa, a onda de calor de 2003 resultou em 70 mil mortes, o que gerou um custo significativo para os sistemas de saúde de vários países.

Danos à infraestrutura

As temperaturas extremas podem danificar infraestruturas críticas. O calor excessivo causa deformações em estradas, derretimento de asfalto, expansão dos trilhos de trem e falhas nos sistemas de transporte público. Além disso, a sobrecarga no sistema elétrico pode causar quedas de energia, afetando operações comerciais e industriais. A esse respeito, é possível mencionar que, na Índia, durante uma onda de calor em 2019, estradas derreteram em várias cidades, resultando em grandes custos de reparo.

Redução da produtividade no trabalho

O calor extremo reduz a capacidade de trabalho em muitos setores, especialmente aqueles que exigem atividade física ao ar livre, como a construção civil, a mineração e a agricultura. Com isso, a produtividade cai, impactando a economia local e nacional. Além disso, a perda de dias de trabalho pode ser significativa. Estima-se que, globalmente, ondas de calor reduzam a produtividade em 10% a 15% nas economias emergentes, especialmente em regiões tropicais.

Seguros e gastos públicos

A frequência de eventos extremos, como ondas de calor, aumenta os custos de seguros, já que mais reclamações são feitas devido a falhas de infraestrutura e danos à saúde pública. Governos também enfrentam maiores gastos emergenciais com assistência social, reparo de danos e adaptação de infraestrutura. No Brasil, por exemplo, a crescente frequência de ondas de calor resultou em aumentos nas apólices de seguro para propriedades rurais e urbanas.

Perdas no turismo

Em regiões que dependem do turismo, as ondas de calor podem afastar visitantes, resultando em quedas na receita local. O desconforto gerado pelas altas temperaturas e a deterioração das condições ambientais, como incêndios florestais e secas, desestimulam o turismo em áreas afetadas. Em destinos mediterrâneos, por exemplo, como Grécia e Espanha, ondas de calor resultaram em quedas no fluxo turístico em alta temporada, prejudicando a economia local.

Esses impactos mostram como as ondas de calor afetam diretamente a economia, causando prejuízos financeiros em múltiplos setores. Além disso, à medida que as ondas de calor se tornam mais frequentes e intensas devido às mudanças climáticas, esses efeitos tendem a se agravar, exigindo maior adaptação e planejamento econômico.

Para saber mais, acesse: Mortalidade por ondas de calor no Brasil – OC

3ª Etapa: Medidas de prevenção e adaptação

Em momentos de calor extremo, é essencial beber bastante água, evitar exposição direta ao sol nos horários mais quentes do dia e utilizar roupas leves. Políticas públicas, como a criação de áreas verdes nas cidades, também ajudam a mitigar os efeitos das ondas de calor.

Para mais dicas de segurança em casos de ondas de calor, acesse: Dicas de segurança – Unicef

4ª Etapa: Propostas para fixação do conteúdo

Proposta 1:

Pesquise três casos recentes de ondas de calor no Brasil e faça uma análise crítica, relacionando os impactos observados com as mudanças climáticas. Inclua informações sobre como esses eventos afetaram diferentes regiões e quais medidas foram tomadas.

Proposta 2:

Elabore um infográfico que destaque as principais causas das ondas de calor e as medidas de prevenção e adaptação. O objetivo é conscientizar a comunidade escolar sobre a importância de estar preparado para enfrentar esses eventos extremos.

Bons estudos!

Roteiro de estudos elaborado pelo Professor Rhaian de Souza.

Coordenação Pedagógica: Prof.ª Dr.ª Aline Bitencourt Monge.

Revisão textual: Professora Daniela Leite Nunes.

Crédito da imagem: solidcolours – Getty Images