Há exatos 20 anos, líderes de 170 países e mais de 2.400 representantes de Organizações Não-Governamentais se reuniram no Rio de Janeiro para a realização da Conferência de Desenvolvimento e Meio Ambiente das Nações Unidas, a ECO 92. Passadas duas décadas, a ONU reedita o encontro na Cidade Maravilhosa para traçar um balanço das ações que foram desenvolvidas e estabelecer novas diretrizes para o futuro do planeta. E os jovens terão um papel de destaque nesse novo encontro.

De acordo com o Comitê de Organização da Conferência Rio+20, serão selecionados cerca de mil jovens de comunidades carentes de todo o país para participar do debate global. Aqueles que forem escolhidos farão parte de uma série de oficinas antes do evento na capital fluminense, que será realizado entre 20 e 22 de junho. Nesses encontros preparatórios, eles receberão noções de sustentabilidade, direitos humanos e voluntariado.
 
Sílvia Louzã Naccache, coordenadora do Centro de Voluntariado de São Paulo (CVSP) explica que voluntariado é um instrumento importante para a formação de jovens conscientes, atuantes e de cidadãos mais responsáveis. Alguns dos benefícios que resultam da participação em atividades desse tipo são o desenvolvimento da noção de solidariedade e do desejo de empreender no campo social, além da superação de preconceitos. E tudo isso se reflete na comunidade na qual esse jovem está inserido, pois ele acabará reproduzindo esses valores junto às pessoas com as quais convive.
 
“É uma ferramenta que a escola pode usar na formação das pessoas, pois ganha quem realiza a ação voluntária e também quem a recebe. Com isso temos uma sociedade melhor, mais justa e solidária”, afirma.
 
Um esforço conjunto entre a Rio+20 e secretarias estaduais e municipais de educação também leva os temas do encontro para dentro da salas de aula, onde serão trabalhados os três pilares da sustentabilidade: o social, o econômico e o ambiental, todos atuando de modo interdependente. Com isso, os jovens serão encorajados a levar tais discussões não apenas para a conferência, mas também para suas casas e, futuramente, para suas atividades profissionais.
 
“Os jovens serão os protagonistas do futuro, e a conferência está preocupada com o futuro do planeta. Por isso é importante a participação deles”, acrescenta Heloísa Coelho, coordenadora executiva da Rio Voluntário. Segundo ela, isso pode se dar por meio de ações pontuais, algo que dê resultado logo, pois os jovens são bastante imediatistas. Além disso, eles são competitivos e gostam de conviver em grupo. Portanto, uma boa estratégia é bolar campanhas ou gincanas que envolvam temas como sustentabilidade ou preservação do meio ambiente, como limpeza de parques, por exemplo.
 
Vinte anos depois
 
Realizada em 1992, a Reunião da Cúpula da Terra resultou em importantes documentos, como a Agenda 21, que estabelece medidas globais para a proteção do meio ambiente, garantindo, ao mesmo tempo, crescimento econômico. Além disso, ela marcou a criação da Convenção Quadro das Nações Unidas Sobre Mudanças Globais do Clima (UNFCCC), que deu origem ao Protocolo de Kyoto, em 1997. Este documento estabelece metas globais para e redução da emissão de gases causadores do efeito estufa.
 
Agora, a Rio+20 debaterá temas como economia verde, desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza, além de discutir a estrutura institucional necessária para se alcançar isso. Para o Comitê de Organização da conferência, a reunião realizada 20 anos atrás ajudou a consolidar o conceito de que não há uma produção ilimitada, pois os recursos naturais se esgotam. “Nós não podemos perder esse momento de despertar a juventude para causas sociais, pois esse será o grande legado da Rio+20”, acredita Heloísa.

 

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