Diversos problemas rondam o Ensino Médio no Brasil: do elevado número de desistências passando pelo currículo centrado na memorização de conceitos e no vestibular. Para se ter uma ideia, dos 10,5 milhões de jovens na faixa etária de 15 a 17 anos – idade em que a escolaridade se torna obrigatória a partir de 2016 – apenas 50% estão matriculados no Ensino Médio. Outros 3,5 milhões ainda se encontram no Ensino Fundamental enquanto 1,5 milhões não possuem qualquer vínculo escolar. 

Contra esse cenário, o governo federal lançou, em 2013, o Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio (PNEM) – uma ação conjunta entre o Ministério da Educação (MEC), Secretarias Estaduais de Educação (Seducs) e Universidades. O principal objetivo é a formação continuada dos docentes. 
 
“Professores que conhecem melhor seus alunos e que se sintam preparados para rever, problematizar e redirecionar o que tem sido praticado, certamente contribuem para uma qualificação da permanência dos jovens e da escola”, opina Mônica Ribeiro da Silva, professora na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e coordenadora da elaboração de materiais para o PNEM. 
 
Contextualizando o problema
Atualmente, 52 universidades brasileiras ofertam o curso de formação do PNEM para professores, que é dividido em duas etapas e realizado de forma presencial. Dos Estados, apenas São Paulo e Pará não tiveram a formação. “Na primeira etapa, foram estudadas diretrizes curriculares e os cadernos de formação trouxeram assuntos como a história e a contextualização da oferta do Ensino Médio; jovens e Ensino Médio; currículo, gestão e avaliação. Na segunda etapa, estão sendo estudadas as áreas de conhecimento e os componentes curriculares, além de um caderno sobre organização do trabalho pedagógico”, descreve Mônica. 
 
Os professores ainda contam com orientadores e recebem uma bolsa de incentivo. Segundo dados do programa, a formação continuada alcançou 291 mil professores e 8.700 coordenadores pedagógicos no país. 
 
Os cadernos de formação elaborados pela UFPR podem ser acessados no site Observatório do Ensino Médio
 
Currículo atraente
Outra ação do governo federal com foco na última etapa da Educação Básica é o Programa Ensino Médio Inovador (ProEMI), iniciado em 2009. Sua proposta é ampliar o tempo de permanência dos alunos na escola, que passam a ter aulas de informática, línguas, cultura, esporte e reforço escolar no contraturno. 
 
A pesquisadora Janete Paiter de Souza acompanhou a implantação do programa em duas escolas de Canoinhas (SC): a E.E.B. Almirante Barroso e a E.E.B. Santa Cruz. Os resultados revelaram melhoras no desempenho dos alunos nos simulados do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e a diminuição nos índices de reprovação. Contudo, ainda há dificuldades a serem enfrentadas. 
“A equipe de profissionais que atua diretamente com o Ensino Médio Inovador não está totalmente habilitada para atuar.
 
Alguns docentes complementam a carga horária com disciplinas para as quais não possuem habilitação”, afirma. “Os jovens necessitam de atividades diversificadas para permanecerem nove horas por dia na escola, e isso inclui material esportivo, pedagógico, computadores, bibliotecas e etc. Se estas questões não se fizerem presentes, o trabalho fica comprometido”, acrescenta. 
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