Intitulada “Afinidades afetivas”, a 33ª Bienal de Artes de São Paulo permanece aberta ao público até dia 9 de dezembro. O título remete ao romance de Johann Wolfgang von Goethe “Afinidades eletivas” (1809) e à tese “Da natureza afetiva da forma na obra de arte” (1949), de Mário Pedrosa.

No podcast, você ouve o depoimento do curador-geral da mostra, Gabriel Pérez-Barreiro. O artista espanhol elegeu doze projetos individuais e dividiu a tarefa com outros sete artistas-curadores para a seleção das demais mostras. “À medida que as pessoas circulam pelo prédio, deparam-se com pequenas ilhas. Cada uma com um sistema de organização”, justifica.
Esta edição privilegia a vivência do público. “A atenção é um aspecto fundamental. É a energia que permite a construção dessas afinidades”, afirma. Ele explica como chegou ao tema: “A gente está sofrendo neste momento esta ideia de que uma pessoa tem a solução, um modelo um pouco messiânico, centralizado. Então, eu quis pensar uma Bienal distribuída com outros atores”.
O local tradicionalmente recebe visitas de grupos escolares, de todas as idades. E o Instituto Claro acompanhou uma dessas excursões, ao lado de professores e alunos da Escola Estadual Paulo Machado de Carvalho. Para o docente de artes, Willian Maciel, a instalação “Sentido/comum”, “aproxima, porque é uma obra de arte que as crianças olham e sentem-se capazes de fazer”, salienta.

Já seu criador, Antonio Ballester Moreno, defende que a arte é uma espécie de torre de Babel. “Existem muitas linguagens e é justamente isso que se fomenta com a arte: a subjetividade. Cada um recebe de uma maneira pessoal”, afirma.
Créditos:
“Divino Maravilhoso” (Gilberto Gil/Emanuel Viana e Caetano Veloso), com Gal Costa, “Um só amor” (Bob Marley), com Tribo de Jah, “Cio da Terra” (Milton Nascimento), “O Silêncio” (Arnaldo Antunes). A tradução do espanhol para o português foi feita por Reynaldo Bessa.