O campus de Camboriú do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense vai oferecer, a partir do segundo semestre, os primeiros cursos técnicos de treinador e de instrutor de cão-guia na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. As obras do centro de formação, que servirá de projeto-piloto para iniciativas semelhantes, devem estar concluídas na metade do ano.

O cão-guia é adestrado para acompanhar deficientes visuais. No Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aproximadamente 45 milhões de pessoas apresentam algum tipo de deficiência. Destas, 528.624 têm deficiência visual e outros seis milhões, baixa visão.

Os cursos, com 1.440 horas de aula cada um, foram aprovados recentemente pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e constarão da próxima edição do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, prevista para este ano. O treinador é responsável por ensinar e adestrar o cão. O instrutor cuida da adaptação e da formação de dupla entre o deficiente visual e o animal, conforme as características físicas e comportamentais de ambos.

No primeiro ano de funcionamento do curso, serão oferecidas cinco vagas no período diurno e em tempo integral, no campus. A quantidade de alunos toma como base o número de cães necessários para o treinamento — o aproveitamento deve ser de no mínimo seis cães treinados por estudante ao longo do curso.

A escassez de fornecedores de filhotes adequados leva à limitação do número de vagas. A coordenadora da implantação do centro em Camboriú, Márcia Souza, professora do Instituto Federal Catarinense, explica que serão necessários pelo menos 30 cães para o início dos trabalhos. “No Brasil, as melhores raças para trabalhar são golden retriever e labrador”, diz Márcia. “São animais que não têm aparência agressiva, nem provocam medo, além de serem muito inteligentes.”

Em razão da carga horária e da metodologia de trabalho, os estudantes ficarão hospedados nas dependências do próprio centro. “Os alunos residirão no centro durante um ano, pois têm de acompanhar os cães a serem treinados”, explica Márcia.

Adaptação — Durante a fase de formação de duplas, os deficientes visuais candidatos a receber um cão-guia serão recebidos no instituto federal para adaptação e instrução. A entrega dos cães seguirá padrões nacionais e internacionais de comodato — empréstimo gratuito de algo a ser restituído no tempo convencionado pelas partes —, com base nos direitos e deveres envolvidos na parceria.

O centro de treinamento, com 1.750 metros quadrados, contará com salas de aula, miniauditório, alojamentos para alunos e pessoas com deficiência visual, canil e clínica veterinária, entre outras instalações. Mais informações na página do instituto na internet.

Fonte: Assessoria de Comunicação Social, com informações do Instituto Federal Catarinense

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