Crianças de 7 e 8 anos espalhadas na grama de uma escola municipal no bairro de Bom Sucesso, em Guarulhos (SP), cada uma com seu computador no colo. A imagem pode sugerir que eles estão na hora do recreio ou mesmo em momento de descontração, mas os alunos do 2º ano do ensino fundamental estão mesmo em uma aula ao ar livre.

A imagem é de um vídeo passado durante a mesa redonda “Experiências de uso de Tecnologias na Educação”, no III Seminário Web Currículo – Educação e Mobilidade, que acontece entre 12 e 14 de novembro, em São Paulo (SP).

Desde que o Programa um Computador por Aluno (Prouca) foi implementado na escola, em 2010, houve mudanças na forma de aprender. Hoje, a avaliação é de que os equipamentos auxiliam tanto na escola como em casa, apesar dos desafios com problemas técnicos e dificuldades em operar no sistema Linux.

“Fazemos pesquisa na internet, produzimos texto e têm os jogos educativos. Quando pegamos o netbook, metade da sala está no Facebook, mas quando a professora fala o que é para fazer, tem que fazer”, contou o aluno do 5º ano, Fernando Lemes. “Aprender com o computador é a mesma coisa que no livro e caderno, mas é mais fácil, é mais interessante”, completa.

Nesta terça-feira (13/11), também foram apresentados diversos trabalhos relacionados ao tema do evento. A responsável pelo projeto “Softwares de simulação: a abordagem micro e macro no ensino de ciências/biologia”, Nayara Alves, que analisou o uso de três softwares para o ensino de biologia em sala de aula, reiterou a avaliação de Fernando. Para ela, o uso de tecnologias na educação facilita o processo de aprendizagem.

“Softwares educativos são aqueles que o professor usa para simular algo. Assim, ele consegue trazer para perto do aluno coisas que estão bem longe dele. Um dos softwares analisados é o DNA fingerprint, que faz com que o aluno entenda todo o processo relacionado a DNA sem precisar estar em um laboratório de biologia molecular, que é algo bem difícil de ter em uma escola”, apontou ela.

Formação de professores
Os alunos estão próximos de tecnologias em seu dia-a-dia, já para o professor, a tarefa da utilização das novidades em sala de aula pode ser tarefa árdua. “O professor se sente obrigado a usar algo e não sabe como fazer”, lembrou a diretora do Instituto Crescer, Luciana Allan.

Ela apresentou o curso “Edunex@o”, que levou acesso a web a escolas públicas e a formação presencial e à distância para professores sobre o uso da tecnologia na educação, nas cidades Lajeado, Bagé e Pelotas, no Rio Grande do Sul, e Manaus, no Amazonas. O projeto é uma parceria da NET com o Instituto Crescer e as Secretarias de Educação dos estados mencionados.

Segundo Luciana, as tecnologias devem estar a favor da educação e não o contrário. Pressionado pela sociedade e pela escola, o professor acaba usando os recursos tecnológicos do jeito que sabe ou a partir de uma formação específica que teve, desconsiderando o contexto. “Mas às vezes aquilo não vai colaborar, pois o caminho é primeiro enxergar quais são os objetivos de aprendizagem e então pensar no melhor recurso tecnológico a ser usado. E não se forçar a utilizar algo de qualquer forma”, analisou.

“A ideia do Educonexão é proporcionar uma oportunidade de experimentação, para o professor entender esse novo universo, conhecendo algumas ferramentas. Ele é sensibilizado para isso”, relatou. O curso teve duração de dois meses neste ano e deverá ser ampliado para 2013.
 


Professores da rede municipal de Lajeado
durante encontro presencial do
Educonex@o

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