O debate sobre o ensino de programação nas escolas brasileiras ainda está no início, mas vem ganhando cada vez mais espaço nos meios acadêmicos e na mídia. A ideia de que crianças tenham aulas de informática logo cedo já não causa espanto, afinal, hoje elas nascem rodeadas por tecnologia. Porém, quando o assunto é aprender a programar, muita gente estranha. Será mesmo necessário?
Para os pesquisadores do projeto Computação na Escola, da Universidade Federal de Santa Catarina, a resposta é sim. A iniciativa, que busca difundir o ensino de programação nos níveis fundamental e médio, quer ir além das aulas de informática básica para formar “consumidores informados e criadores inovadores”. A ideia é capacitar alunos fluentes em tecnologia (IT fluency), e não somente alfabetizados digitais (IT literacy).
E o aprendizado começa cedo. Nos últimos anos, o Computação na Escola ajudou a implementar projetos-piloto em escolas de Santa Catarina com o objetivo de estimular alunos do Ensino Fundamental a programar histórias interativas no ambiente SCRATCH.
Os resultados foram animadores. Em um estudo de caso publicado em 2014, os pesquisadores concluíram que a utilização do SCRATCH com alunos do 1º ano do Ensino Fundamental despertou o interesse e possibilitou a aprendizagem “de conceitos básicos de computação (especificamente de programação)”, o que ajuda a desenvolver o raciocínio lógico e a capacidade de resolução de problemas. Além disso, as aulas foram integradas a outras disciplinas do currículo escolar, como Artes e Literatura, pois os alunos precisavam desenhar seus personagens e criar histórias para eles, baseando-se na história da Chapeuzinho Vermelho.
Se interessou? Conheça outros projetos de ensino de programação
A iniciativa dos pesquisadores da UFSC não é a única. Por todo o país, diversos programas sociais começam a perceber a importância do ensino aprofundado de computação para jovens e crianças. Nas grandes capitais, existem até mesmo escolas dedicadas exclusivamente à programação, algumas com turmas para alunos a partir de 5 anos de idade. Conheça:
+ CTC-Digital: um projeto social da Casa Taiguara voltado para estudantes de escolas públicas de 15 a 21 anos, com cursos de Programação Básica, Python e Game Design, entre outros.
+ CodeClubBrasil.org: uma rede mundial de atividades extracurriculares, formada por voluntários (no Brasil e no mundo) e dedicada a ensinar programação de computadores a crianças.
+ MadCode: sediado em São Paulo, é um centro de Tecnologia Criativa para jovens e crianças (de 5 a 17 anos de idade), com cursos de Programação e Robótica.
+ iai?: o Instituto de Artes Interativas, também localizado na capital paulista, é uma escola focada no ensino prático de novas tecnologias, com cursos de Programação e Games para crianças a partir de 8 anos de idade.
+ SuperGeeks: escola de programação com cursos de desenvolvimento de aplicativos e games, além de robótica, para crianças e adolescentes. Com sede em São Paulo, em breve abrirá escolas no Rio de Janeiro e em Brasília.
+ O Programaê, projeto da Fundação Lemann, disponibiliza recursos para o educador que, mesmo com conhecimento limitado de programação, queira aplicá-la em sala de aula.
+ O Computação na Escola também mantém uma seção de Auxílio ao Professor em seu site.
E você? Já promoveu alguma experiência de programação com os seus alunos? Conte para a gente!