PÉ-DE-PINCHA

Você sabe o que é um tracajá?

De mãos estendidas por alguém que nos puxe, nos enxergue, nos eleve, nos perceba

Nilcinha, Manaus-AM

Um dia, mataram meu cachorro. No outro, queimaram a casa do meu vizinho por engano – eles achavam que eu morava lá. Isso acontecia com muita gente do grupo de agentes ambientais. Ninguém queria a gente por perto porque não nos conformávamos com as castanheiras imensas, centenárias, sendo vendidas por dez reais. Não conseguia ver as pessoas cortando árvores, caçando os bichos e depredando os lagos sem dó e não fazer nada. Por isso, virei agente ambiental do IBAMA. Mas não é fácil. Faz tempo, mas não me esqueci do fogo. Nem do Bruce que morreu no meio da rua.

Mas isso foi lá longe, na outra margem do rio. Hoje já não moro lá, mudei pra um ramal do Mamori. Por aqui, todo mundo gosta de comer tracajá. Faz sarapatel, guisado, picadinho. Um só já rende vários pratos. Mistura com tomate, cebola, salsinha, refoga tudo e pronto. Dá até pra fazer uma farofa e servir direto no casco. O pessoal de São Paulo acha estranho, mas por aqui faz parte da cozinha ribeirinha há séculos.

O tracajá parece uma tartaruguinha. Tem o casco ovalado, com algumas manchinhas amarelas pelo corpo. Chega a viver noventa anos. É lento, igual um jabuti. Mas o que é importante dizer, é que o tracajá está em risco de extinção. O problema é o consumo descontrolado. Não tem regulamentação nem lei que se cumpra na hora de caçar ou criar os bichos. E quando tem desmatamento, a reprodução fica mais difícil. Não aguento ver isso. Aqui tem acordo de pesca, mas não respeitam. Por isso, mudei tudo quando conheci o professor Paulo Andrade, do projeto Pé-de-Pincha. Eu e meu companheiro já tínhamos feito umas covas pra ajudar com a reprodução dos tracajás, mas era tudo caseiro. O professor gostou do que havíamos feito e começamos a trabalhar juntos. Vou te dizer: o dia da soltura dos filhotes é dia de festa, igual a ver um filho de dezoito anos indo pro mundo.

O Pé-de-pincha funciona porque transforma a comunidade. Está na escola, com as crianças, ensinando a preservar a natureza, além de fazer o manejo para a reprodução dos quelônios, que é outro nome para o tracajá. As queimadas diminuíram, começamos a plantar orgânicos e criar abelhas pra que ninguém mais fique desmatando. Meu sonho é nunca mais ver nenhum tracajá morrer porque comeu um pedaço de plástico. É muito bom quando uma empresa como a Claro olha pra gente. Esse projeto é minha esperança pro futuro porque muitas vezes dói quando nos sentimos tão longe de tudo. E é bom ser visto de outro jeito.

Nos sentimos com as mãos estendidas para que alguém nos puxe, nos enxergue, nos eleve e percebao quanto tudo isso que fazemos é importante.

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