BIKE CLARO

Tudo que sinto é o vento no rosto

Andando de bicicleta nas ruas do Rio de Janeiro

Ricardo, Rio de Janeiro-RJ

Calor, fumaça, trânsito. Buzina, motor, contramão. Onde era mesmo pra entrar? Não tem vaga de novo. Cliente esperando. Não são nem dez da manhã. Mais calor, mais fumaça, mais trânsito. Cinquenta minutos pra achar uma vaga. Devo perder um dia da minha vida toda semana só procurando vaga. Quatro dias por mês, quarenta e oito dias por ano. Quarenta. E oito.

Por muito tempo, essa foi minha rotina diária. Minha e de muita gente, claro. Ninguém que trabalha na rua e vive no Rio de Janeiro consegue realmente escapar do trânsito. Aliás, esse é um problema de qualquer cidade grande do mundo. Ficava olhando aquela paisagem linda da Zona Sul da cidade, mas nunca tinha pensado que seria tão fácil – e tão bom – achar uma alternativa. E não imaginava que isso seria parte do meu trabalho.

Mas a empresa me deu uma alternativa. No começo, achei muito estranho, parecia impossível. Como é que eu faria todos os meus atendimentos de bicicleta? Tenho 60 anos de idade, ia ficar suado, ia sofrer um acidente. Não conhecia ninguém que poderia pensar numa vida assim. Não queria de jeito nenhum. Mas ok, pelo menos era uma tentativa. Nunca gostei muito de dirigir mesmo, então vamos lá.

Hoje, tudo que sinto é o vento no rosto. Gosto do sol batendo, do físico mais forte. Gosto de não me sentir cansado o tempo todo. Adoro não ter que achar vaga. Sinto muita disposição para fazer meu trabalho. Na bike, levo menos tempo pra tudo. Quinze minutos de ciclovia e pronto, cheguei. Adiantado, preparado e muito bem disposto até quando chove.

Acho que ninguém imagina que é possível viver sem carro, mas uma cidade como o Rio seria muito melhor, menos poluída e menos caótica se uma parte das pessoas fizesse seu trabalho através de outros meios de transporte. Sei que esse projeto se expandiu muito e hoje temos o Bike Claro em vários outros bairros e cidades. E espero que cresça ainda mais, para o bem dos colaboradores e dos clientes. Afinal, de que adianta ficar vendo essa paisagem toda enquanto procuro vagas?