Conteúdos

●    Apresentação do autor;
●    Apresentação do livro e do contexto histórico;
●    Análise da obra; e
●    Exercícios de fixação.

Objetivos

●    Conhecer o autor e seu contexto literário; e
●    Compreender a obra Triste fim de Policarpo Quaresma.

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Palavras-chave

Literatura Brasileira. Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

Proposta de Trabalho:

No roteiro de estudos a seguir você irá aprender sobre a obra de Lima Barreto e a sua escola literária. Em seguida, você encontrará a apresentação do contexto histórico no qual o autor se inspirou para o desenvolvimento da obra. Além disso, você verá a apresentação do livro e a análise de alguns trechos escolhidos. Ao final, selecionamos alguns exercícios de fixação para que você compreenda melhor a linguagem temática do autor. Sugerimos que, ao longo da leitura do romance, realize um fichamento, para fixar melhor as ideias principais. Assista os vídeos, podcast e acesse os links sugeridos. Bons estudos!

1ª Etapa: Apresentação do autor

Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 1881, e foi um dos principais escritores do pré-modernismo brasileiro. Foi também jornalista e se envolveu em temáticas sociais e nacionalistas. Nascido após a Lei do Ventre Livre, que determinava que os filhos de escravos nascidos após 1871 seriam considerados livres, sofreu com o racismo por ser negro.

Filho de pai tipógrafo e mãe professora, o escritor foi apadrinhado pelo Visconde de Ouro Preto, que lhe garantiu uma educação escolar de qualidade. Após seus estudos secundários, ingressou no curso de Engenharia, porém não concluiu, pois teve que cuidar do pai que ficou muito doente. Entrou na Secretaria da Guerra e lá trabalhou por algum tempo, o que lhe trouxe a estabilidade financeira para publicar alguns contos. Em vida, publicou alguns romances e contos como Recordações do Escrivão Isaías Caminha (1909), Triste Fim de Policarpo Quaresma (1915), Numa e Ninfa (1915), Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá (1919) e Histórias e Sonhos (1920). Após sua morte, em 1922, foram publicadas algumas obras como Bagatelas (1923), Os Bruzundangas (1923), Clara dos Anjos (1948) etc.

A carreira literária de Lima Barreto foi marcada por retratar as desigualdades sociais, pois costumava mostrar, de um lado, a população pobre e oprimida, e de outro, a burguesia opressora. Muitas vezes, retratava também o preconceito racial que negros e mestiços sofriam no início do século XX.

Lima Barreto
Lima Barreto (crédito: reprodução)

Palestra de Lilia Schwarcz sobre Lima Barreto: triste visionário
Acesso em 26.02.2021.

Biografia do autor
Acesso em 25.02.2021.

Lei do Ventre Livre
Disponível em: Acesso em 26.02.2021.

2ª Etapa: Apresentação do livro e o contexto histórico

O livro Triste Fim de Policarpo Quaresma marcou a produção literária de Lima Barreto, pois o autor conseguiu desenvolver na obra um personagem redondo, que apresenta características psicológicas complexas, o Major Quaresma. Isso o diferencia do personagem Isaías Caminha, em Recordações do Escrivão Isaías Caminha, que traz amarguras pessoais do autor.

pré-modernismo
Pré-modernismo (crédito: reprodução)

Lima Barreto escreveu o livro no período do Pré-Modernismo (1902-1922), que ficou conhecido como “período de transição” e foi um dos principais representantes dessa época. Marcada por um nacionalismo crítico, a linguagem das narrativas retoma uma crítica às desigualdades sociais e aos conflitos políticos no país, sem espaço para idealizações, embora houvesse a esperança de que o país resolvesse seus problemas sociais e avançasse na construção de uma nação mais justa para todos.

Nessa ótica, a obra de Lima Barreto ‘Triste fim de Policarpo Quaresma’ foi publicada pela primeira vez em formato de folhetins entre agosto e julho de 1911, tendo tido sua primeira edição em livro no ano de 1915. E teve, em termos de contexto histórico, o governo do Marechal Floriano Peixoto (1891-1894), fase da consolidação da república no Brasil. Além das disputas políticas, Marechal Deodoro teve que lidar com duas revoltas: a Revolta da Armada e a Revolução Federalista, que colocaram em risco a sustentação de sua posição como presidente do Brasil. Na obra, os fatos históricos são debatidos pelo protagonista, que lia tudo o que era relacionado ao seu país, sendo retratado como um patriota exagerado e que rejeitava tudo o que era importado. Assim, podemos dividir o livro em 3 fases.

A primeira fase traz o relato da vida e da rotina de Policarpo Quaresma, funcionário público no Rio de Janeiro, respeitado pela vizinhança, mas ao mesmo tempo considerado estranho por seu gosto pela leitura e pelo nacionalismo exacerbado. Policarpo buscava tudo o que fosse legitimamente brasileiro, desde a comida até a vestimenta. Aprendeu a tocar violão e estudava o tupi-guarani que, segundo ele, deveria ser a língua oficial no Brasil.

A segunda fase do livro relata a mudança de Policarpo para um sítio que sua afilhada Olga lhe recomenda. Lá, o personagem vive sua nova paixão, a botânica, e se dedica à produção agrícola. Porém, após um desentendimento com políticos da região, começa a perder seus lucros, pois precisa pagar taxas e impostos que antes não eram cobrados. Aos poucos, vai desanimando e acredita que é necessário realizar uma reforma agrária no país, ou seja, deseja que haja uma mudança no governo.

A terceira fase, por fim, retoma a sua volta à cidade, dessa vez como soldado voluntário na Revolta da Armada, em 1893 (revolta que se opunha à política de Floriano Peixoto). Floriano Peixoto convida Policarpo para lutar junto ao governo. Arrependido depois de ter matado um homem, acaba sendo preso por Floriano Peixoto sem muita justificativa. Olga tenta libertá-lo, porém ao chegar na prisão fica sabendo que Policarpo é acusado de traição. Acaba morrendo fuzilado pela pátria que tanto amava.

Pré-Modernismo
Acesso em 25.02.2021.

Triste fim de Policarpo Quaresma – Lima Barreto 
Acesso em 25.02.2021.

Governo de Floriano Peixoto
Acesso em 25.02.2021.

Podcast do livro
Acesso em 25.02.2021.

3ª Etapa: Análise da obra

Em ‘Triste fim de Policarpo Quaresma’, observamos, na primeira camada da obra, o nacionalismo exagerado e fantasioso do protagonista, que acredita ser possível uma grande reforma nacional (cultural, linguística, política e econômica) para criar no povo brasileiro o patriotismo necessário para avançar como uma nação forte.
Na primeira parte do livro, podemos observar o início do fanatismo de Policarpo Quaresma, que lia tudo o que era relacionado ao seu país. Lia somente autores brasileiros e rejeitava tudo o que era importado:

Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da pátria tomou-o todo inteiro. Não fora o amor comum, palrador e vazio; fora um sentimento sério, grave e absorvente. Nada de ambições políticas ou administrativas; o que Quaresma pensou, ou melhor: o que o patriotismo o fez pensar foi num conhecimento inteiro do Brasil, levando-o a meditações sobre os seus recursos, para depois então apontar os remédios, as medidas progressivas, com pleno conhecimento de causa. (Lima Barreto, domínio público, p.03)

Sua rotina no subúrbio do Rio de Janeiro é narrada de forma a expor uma camada social específica, a dos funcionários públicos. Seu professor de violão e amigo até o fim da vida, Ricardo Coração dos Outros, faz parte dessa camada. O romance retrata, ainda, as incoerências dos hábitos de uma sociedade dominada pela hipocrisia, pelo racismo e pelo preconceito:

Dessa maneira, Ricardo Coração dos Outros gozava da estima geral da alta sociedade suburbana. É uma alta sociedade muito especial e que só é alta nos subúrbios. Compõe-se em geral de funcionários públicos, de pequenos negociantes, de médicos com alguma clínica, de tenentes de diferentes milícias, nata essa que impa pelas ruas esburacadas daquelas distantes regiões, assim como nas festas e nos bailes, com mais força que a burguesia de Petrópolis e Botafogo. Isto é só lá, nos bailes, nas festas e nas ruas, onde se algum dos seus representantes vê um tipo mais ou menos, olha-o da cabeça aos pés, demoradamente, assim como quem diz: aparece lá em casa que te dou um prato de comida. Porque o orgulho da aristocracia suburbana está em ter todo o dia jantar e almoço, muito feijão, muita carne-seca, muito ensopado – aí, julga ela, é que está a pedra de toque da nobreza, da alta linha, da distinção. (Lima Barreto, domínio público, p.05)

Nesse primeiro momento do livro, a rotina de Policarpo Quaresma se resume a seu nacionalismo exacerbado, que o tornava uma pessoa ridicularizada pelos que o conhecem. O violão, por ser um instrumento que acompanhava as “modinhas” da época, era ensinado pelo amigo e professor Ricardo Coração dos Outros:

A modinha é a mais genuína expressão da poesia nacional e o violão é o instrumento que ela pede. Nós é que temos abandonado o gênero, mas ele já esteve em honra, em Lisboa, no século passado, com o Padre Caldas que teve um auditório de fidalgas. Beckford, um inglês, muito o elogia.
– Mas isso foi em outro tempo; agora…
– Que tem isso, Adelaide? Convém que nós não deixemos morrer as nossas tradições, os usos genuinamente nacionais…
– Bem, Policarpo, eu não quero contrariar você; continue lá com as suas manias (Lima Barreto, domínio público, p. 2)

Considerado louco por muitos vizinhos, Policarpo era uma pessoa solitária, que não cultivava amizades e preferia ficar com seus livros. Isso era motivo para que a sociedade visse um pedantismo por parte do protagonista. Isso era cultivado na sociedade que Lima Barreto vivia, em que somente a elite cultivava o hábito da leitura:

Aqueles livros, aquela mania de leitura…
– Pra que ele lia tanto? indagou Caldas.
– Telha de menos, disse Florêncio.
 Genelício atalhou com autoridade: – Ele não era formado, para que meter-se em livros?
 – É verdade, fez Florêncio.
 – Isto de livros é bom para os sábios, para os doutores, observou Segismundo.
 – Devia até ser proibido, disse Genelício, a quem não possuísse um título “acadêmico” ter livros. Evitavam-se assim essas desgraças. Não acham? (Lima Barreto, domínio público, p.25)

O fanatismo de Policarpo Quaresma era tão forte que acabou levando-o ao hospício, em razão de ter escrito um ofício ao Presidente da Câmara de Deputados para que a língua oficial fosse mudada para o tupi-guarani. O ofício, escrito todo em tupi-guarani, foi malvisto e Policarpo acabou sendo afastado de seu trabalho como funcionário público.

Só o nome da casa metia medo. O hospício! É assim como uma sepultura em vida, um semienterramento, enterramento do espírito, da razão condutora, de cuja ausência os corpos raramente se ressentem. A saúde não depende dela e há muitos que parecem até adquirir mais força de vida, prolongar a existência, quando ela se evola não se sabe por que orifício do corpo e para onde. Com que terror, uma espécie de pavor de cousa sobrenatural, espanto de inimigo invisível e onipresente, não ouvia a gente pobre referir-se ao estabelecimento da praia das Saudades! Antes uma boa morte, diziam. No primeiro aspecto, não se compreendia bem esse pasmo, esse espanto, esse terror do povo por aquela casa imensa, severa e grave, meio hospital, meio prisão, com seu alto gradil, suas janelas gradeadas, a se estender por uns centos de metros, em face do mar imenso e verde, lá na entrada da baía, na Praia das Saudades. Entrava-se, viam-se uns homens calmos, pensativos, meditabundos, como monges em recolhimento e prece. (Lima Barreto, domínio público, p.28)

Olga, sua afilhada, consegue impedir a demissão de Quaresma e solicita sua aposentadoria, aconselhando-o a ir viver em um sítio. Ao sair do manicômio, Quaresma aceita ir para o sítio Sossego, terminando assim a primeira parte do livro. Sossego foi o sítio em que Policarpo Quaresma dedicou-se a conhecer e cultivar tudo o que era nativo.

– Mas como no Brasil, apressou-se ele em dizer, há poucos países que as tenham. Vou fazer o que tu dizes: plantar, criar, cultivar o milho, o feijão, a batata-inglesa… Tu irás ver as minhas culturas, a minha horta, e meu pomar – então é que te convencerás como são fecundas as nossas terras! A ideia caiu-lhe na cabeça e germinou logo. O terreno estava amanhado e só esperava uma boa semente. Não lhe voltou a alegria que jamais teve, mas a taciturnidade foi-se com o abatimento moral, e veio-lhe a atividade mental cerebrina, por assim dizer, de outros tempos. Indagou dos preços correntes das frutas, dos legumes, das batatas, dos aipins; calculou que cinquenta laranjeiras, trinta abacateiros, oitenta pessegueiros, outras árvores frutíferas, além dos abacaxis (que mina!), das abóboras e outros produtos menos importantes, podiam dar o rendimento anual e mais de quatro contos, tirando as despesas. (Lima Barreto, domínio público, p.36)

Encantado pela possibilidade de viver dos frutos de seu trabalho na agricultura, Quaresma se apaixona por tudo que dizia respeito à botânica e à agricultura. Pretende viver do lucro do cultivo da terra, porém encontra uma pedra no meio do caminho: o Tenente Antônio Dutra. O tenente pede ajuda de Policarpo para organizar a festa da padroeira da cidade. A intenção do tenente era praticar a troca de favores entre políticos e manter-se influente no meio.

Policarpo Quaresma, avesso a esse tipo de situação, rejeita o convite, o que o deixa malvisto novamente. A partir de então, os políticos da cidade fazem de tudo para prejudicar sua vida no campo, e tem início uma onda de perseguição que toma diversas formas: impostos que nunca eram cobrados começam a fazer parte da rotina, solicitações de capinagem do mato ao redor do sítio, entre outras coisas que vão, aos poucos, desiludindo Policarpo Quaresma da vida na agricultura. Ao ver que sua produção não dá retorno por causa da politicagem envolvida, ele decide voltar à cidade e pedir ao presidente Marechal Floriano Peixoto que haja uma grande reforma no País, para que aa prosperidade retorne.

As damas despediram-se; o marechal girou o olhar em torno do salão e deu com Quaresma:
– Então, Quaresma? fez ele familiarmente. O major ia aproximar-se, mas logo estacou no lugar em que estava. Uma chusma de oficiais subalternos e cadetes cercou o ditador e a sua atenção convergiu para eles. Não se ouvia o que diziam. Falavam ao ouvido de Floriano, cochichavam, batiam-lhe nas espáduas. O marechal quase não falava: movia com a cabeça ou pronunciava um monossílabo, cousa que Quaresma percebia pela articulação dos lábios. Começaram a sair. Apertavam a mão do ditador e, um deles, mais jovial, mais familiar, ao despedir-se, apertou-lhe com força a mão mole, bateu-lhe no ombro com intimidade, e disse alto e com ênfase:
– Energia, marechal! (Lima Barreto, domínio público, pg. 70)

Sem ser ouvido pelos propósitos a que veio, Policarpo Quaresma acaba aceitando lutar na Revolta da Armada ao lado do Marechal Floriano. Aceita uma guarnição e acaba matando um homem, o que o deixa extremamente arrependido. Ao ver-se machucado, afasta-se da guerra e é tido como traidor da pátria. Termina seus dias amargurado e desiludido com a nação que ele tanto desejou que o seu país se tornasse.

Com tal gente, era melhor tê-lo deixado morrer só e heroicamente num ilhéu qualquer, mas levando para o túmulo inteiramente intacto o seu orgulho, a sua doçura, a sua personalidade moral, sem a mácula de um empenho que diminuísse a injustiça de sua morte, que de algum modo fizesse crer aos seus algozes que eles tinham direito de matá-lo. (Lima Barreto, domínio público, p. 104)

O livro expõe como o protagonista mostra-se empenhado a mudar o país, demonstrando um bom caráter e não bajulando seus superiores para alcançar status social. Seu desejo era que as pessoas tomassem consciência da necessidade de defender ideais que levassem a nação ao progresso, porém teve um triste fim, preso, desiludido e tido como louco pela sociedade.

triste fim de policarpo quaresma
Triste Fim de Policarpo Quaresma (crédito: reprodução)

Análise e resumo da obra
Acesso em 25.02.2020.

Triste fim de Policarpo Quaresma: Uma interpretação do homem social – Maria Izabel Porto de Souza  
Acesso em 25.02.2020

4ª Etapa: Exercícios de fixação

1. Leia um trecho de Triste fim de Policarpo Quaresma, em que Olga visita o padrinho Policarpo no sítio Sossego.

[…] O que mais a [Olga] impressionou no passeio foi a miséria geral, a falta de cultivo, a pobreza das casas, o ar triste abatido da gente pobre. Educada na cidade, ela tinha dos roceiros ideia de que eram felizes, saudáveis e alegres. Havendo tanto barro, tanta água, por que as casas não eram de tijolos e não tinham telhas? Era sempre aquele sapê sinistro e aquele sopapo que deixava ver a trama de varas, como o esqueleto de um doente. Por que ao redor dessas casas não havia culturas, uma horta, um pomar? Não seria tão fácil, trabalho de horas? E não havia gado, nem grande nem pequeno. Era raro uma cabra, um carneiro. Por quê? […] Não podia ser preguiça só ou indolência. […]
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

I. O trecho ressalta a surpresa de Olga em relação à condição de pobreza dos trabalhadores rurais e ao estado de abandono das terras.
II. Olga atribui à indolência e à falta de energia dos moradores do campo o desolamento da paisagem.
III. Apresenta-se no texto o contraste entre a visão idealizada dos habitantes da cidade e a dura realidade do campo.

Está correto o que se afirma:
a) somente em I.
b) somente em II.
c) somente em III.
d) somente em I e II.
e) somente em I e III.

2. Identifique a alternativa incorreta, em relação ao texto abaixo.

Desde dezoito anos que o tal patriotismo o absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois que fossem… Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada… O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das suas coisas de tupi, do folclore, das suas tentativas agrícolas… Restava disso tudo em sua alma uma satisfação? Nenhuma! Nenhuma! […]
A Pátria que quisera ter era um mito; era um fantasma criado por ele no silêncio do seu gabinete. […]

a) O trecho foi transcrito da obra Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto.
b) No final da narrativa, o personagem faz um balanço dos seus esforços e percebe que se perdeu em questões inúteis.
c) O personagem, ao rever suas tentativas passadas, refaz o conceito que tinha de pátria.
d) Embora, no final da narrativa, o personagem questione o conceito de pátria, o sentimento patriótico exagerado não altera a visão que o major tinha da sociedade brasileira.
e) O trecho revela um momento de profunda desilusão com a pátria e extrema lucidez do personagem em relação à sociedade brasileira.

3. (UFRRJ) Leia o fragmento de Triste fim de Policarpo Quaresma.

Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da Pátria tomou-o todo inteiro. Não fora o amor comum, palrador e vazio; fora um sentimento sério, grave e absorvente. […] o que o patriotismo o fez pensar, foi num conhecimento inteiro de Brasil. […] Não se sabia bem onde nascera, mas não fora decerto em São Paulo, nem no Rio Grande do Sul, nem no Pará. Errava quem quisesse encontrar nele qualquer regionalismo: Quaresma era antes de tudo brasileiro.

Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
São Paulo: Scipione, 1997

Este fragmento de Triste fim de Policarpo Quaresma ilustra uma das características mais marcantes do Pré-Modernismo que é o:

a) desejo de compreender a complexa realidade nacional.
b) nacionalismo ufanista e exagerado, herdado do Romantismo.
c) resgate de padrões estéticos e metafísicos do Simbolismo.
d) nacionalismo utópico e exagerado, herdado do Parnasianismo.
e) subjetivismo poético, tão bem representado pelo protagonista.

4. (UFRS) Considere as seguintes afirmações sobre Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto.

I. Na primeira parte, o autor apresenta um funcionário público exemplar, um patriota e um nacionalista obcecado.
II. Na segunda parte, Policarpo está no campo, dedicando-se à lavoura nas terras férteis do país, mas as saúvas põem fim ao seu projeto.
III. Na terceira parte, em que prevalece a sátira política, Policarpo rebela-se contra a República e o militarismo, acabando preso e condenado à morte.

Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

5. (UFAM)O romance em que Lima Barreto narra as desventuras de um nacionalista exaltado, patriota fanático, que deseja o tupi como língua oficial e luta pela recuperação de nosso folclore, se intitula:

a) Ideias de Jeca Tatu.
b) Cidades mortas.
c) Recordações do escrivão Isaías Caminha.
d) Triste fim de Policarpo Quaresma.
e) Ressurreição.

Gabarito:

1.    E
2.    E
3.    A
4.    E
5.    D

Os exercícios de fixação podem ser encontrados em Atividades de Português e Literatura

Roteiro de Estudos elaborado pela Professora Fernanda Alves de Souza   

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